26 abril 2009

A Não Ser



Aqui é só um vagabundo, querida.

Que só quer amar alguém,

que deseja ser feliz

levando a vida por um triz.

É só um vagabundo, querida.

Que se apega as suas lembranças,

que se afoga em copos rasos,

que tentar ser diferente

sendo tão comum.

Um vagabundo irritado,

que já cansou de sorrir forçado,

que já agradou demais,

que já calou demais

e que sofreu o mesmo tanto.

Aqui é só um vagabundo, querida.

Que está perdido, sem referencias,

sem destino algum,

sem algo a perder.

A não ser...

Um vagabundo de mesmas músicas,

mesmas palavras sem sentido,

mesmo sentimentalismo barato.

Um vagabundo com o mesmo orgulho e rancor,

com as garrafas vazias de sempre.

Aqui é só um vagabundo

que vai seguir teus conselhos, querida.

Vai parar de morrer na bebida

e viver de amores só pra ti.


(Thiago Pacheco)

21 abril 2009

Esvaecemos


O pra sempre acabou,
tornou-se rotineiro,
perdeu-se nas promessas
do nosso dia-a-dia
cada vez mais demorado.

Nossos suspiram cessaram,
os desejos, assim como todas as coisas boas.
Só vivem na lembrança.

O pra sempre acabou,
se uniu ao amor,
esvaiu-se pelos dedos,
perdeu-se no meio do caminho.

Esse caminho tão diferente,
onde já não estamos juntos,
onde deixamos de dar as mãos.
Esse caminho onde somos tão livres
de nós mesmos.

Nossos defeitos agora
são evidentes.
Nossas fraquezas agora
são problemas.
Nossa conversa não existe,
só nos suportamos e não nos perdoamos por isso.

O pra sempre acabou,
juntou-se ao amor
que não foi suficiente.
Se perdeu na nossa procura pelo novo,
pela outra parte que nos falta.

Está por aí
,
por toda parte,
por todo lado.

(Thiago Pacheco)